Uma das queixas mais comuns no consultório do oftalmologista.
Síndrome do Olho Seco, Ceratoconjuntivite Seca ou, modernamente, Disfunção do Filme Lacrimal podem ser sinônimos.
Mas, mesmo sendo comum, podendo afetar, segundo estatísticas, entre 15 e 40% da população, devemos sempre avaliar detalhadamente os pacientes queixosos. Seu quadro clínico pode variar, desde casos brandos, com uma simples sensação de desconforto, até casos severos, que podem culminar em úlceras de córnea e perfuração ocular.
Mas, o que é olho seco?
É uma alteração na quantidade (“produção insuficiente”) e/ou na qualidade da lágrima.
Isto causa um déficit na lubrificação ocular, podendo gerar inflamação significativa da superfície ocular.
Os sinais e sintomas mais comuns são: sensação de ressecamento ocular, sensação de areia nos olhos, coceira, vermelhidão, fotofobia e por vezes, embaçamento.
Geralmente piora no final do dia, em ambientes com baixa umidade, e após uso excessivo da visão de perto.
Outros fatores que podem induzir ou piorar o quadro de olho seco:
– Uso excessivo de telas (celular, computador, tablet);
– Vento e Ar condicionado;
– Medicamentos (antialérgicos, anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, antidepressivos e remédios para acne);
– Menopausa e uso de anticoncepcionais;
– Doenças sistêmicas como a Artrite Reumatóide e Síndrome de Sjogren;
– Doenças oculares, como a blefarite;
– Após cirurgias oculares, como cirurgia refrativa ou catarata.
Descrevo abaixo algumas medidas que podem ajudar a atenuar o problema:
– Beber bastante água. O recomendável é algo em torno de 2l ao dia, para a maioria dos adultos;
– Reduzir o tempo que se passa em frente a telas. Caso não seja possível, fazer intervalos de 10 minutos a cada 45 minutos;
– Evitar ficar tempo excessivo em ambientes com ar condicionado ou vento excessivo;
– Usar umidificador de ambientes em locais muito secos;
– Usar óculos escuros em ambientes abertos e ensolarados;
– Não esfregar os olhos.
Em relação ao tratamento médico propriamente dito, existem cada vez mais recursos para ajudar a minimizar o problema. Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo oftalmologista, de modo que melhores resultados possam ser alcançados.
Entre as diversas opções disponíveis de tratamento, podemos citar:
– Medidas ambientais, já citadas anteriormente;
– Reposição com lágrimas artificiais;
– Uso de colírios anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais;
– Suplementação com ômega 3
– Prescrição de certos tipos de antibióticos;
– Higiene palpebral com shampoo neutro ou algum produto específico;
– Luz pulsada
– Compressão das glândulas de meibômius associada a calor local.
– Cirurgias, em casos extremos.