Controle da Miopia

O que é Miopia?

A miopia é um erro no sistema óptico ocular, que causa dificuldade para visualizar objetos distantes. O olho míope geralmente é mais alongado que o olho não míope. Desta forma, quanto mais alongado o olho, pior é a qualidade de visão.

No início de 1970, apenas 25% dos americanos eram míopes. Hoje em dia, mais de 40% dos americanos têm miopia, e esse número tem aumentado de forma alarmante, especialmente entre crianças em idade escolar.

No Brasil, a prevalência da miopia é de até 36% e a projeção para a América do Sul também demonstra um grande aumento no número de míopes até 2050, passando dos 50%. Em países asiáticos a miopia é uma verdadeira epidemia, chegando muitas vezes a mais de 80% de prevalência!

O fator genético sempre foi muito importante na epidemiologia da miopia. No entanto, essa explosão de novos casos não pode ser explicada desta forma.

Sabe-se atualmente que os hábitos de vida modernos, principalmente em relação a crianças e adolescentes, são um fator extremamente importante no aumento dessa estatística. Não só no número proporcional e absoluto de míopes, como também nos de alto míopes, que são aqueles com miopia acima de -4.50.

O uso excessivo de telas, hábitos sedentários, pouca atividade física ao ar livre e consequentemente baixa exposição aos raios solares além do uso muito maior da visão de perto em relação à visão de longe são fatores relacionados.

Além de todo o desconforto da limitação visual e de dependência dos óculos, os pacientes míopes, principalmente aqueles com alta miopia (acima de -4.50) possuem um risco aumentado de doenças oculares severas, como o descolamento de retina, a maculopatia miópica, glaucoma e catarata precoce.

É possível controlar a Miopia?

Até pouco tempo atrás não existia nenhum tipo de tratamento com eficácia comprovada para a miopia. A única coisa que o oftalmologista podia fazer era prescrever óculos ou lentes de contato, que apenas possibilitam uma visão satisfatória para o paciente, mas não atuam no controle da doença. O grau continuava a subir e os óculos eram trocados com frequência.

Hoje, a primeira orientação a ser dada ao paciente e aos seus pais é relacionada a mudança de hábitos: Diminuir tempo de tela, aumentar o tempo ao ar livre e a exposição ao sol.

Após esta conversa, passamos para o tratamento propriamente dito.

Apesar de ainda não haver cura para a doença, hoje existem tratamentos comprovadamente eficazes para controlar a progressão e o aumento do grau em crianças e adolescentes.

Atualmente temos novas terapias que podem auxiliar o controle da miopia, podendo, segundo alguns estudos, reduzir a progressão da doença em até cerca de 60%.

A administração de colírios específicos, em casos selecionados, vem mostrando bons resultados em termos de eficácia e segurança. É um dos tratamentos mais estudados.

Para crianças entre 8 e 12 anos foi lançado recentemente as lentes Misight, do laboratório americano Coopervision. São um tipo de lente de contato com desenho especial, de descarte diário, que vem tendo uma adesão excelente por parte dos pacientes, e resultados muito promissores.

Para adolescentes acima dos 12 anos, preferimos lançar mão da ortoceratologia. Trata-se de um tratamento noturno, com o emprego de lentes de contato especiais que remodelam a córnea transitoriamente durante o sono. Além de ajudarem a evitar a progressão da miopia, essas lentes “zeram” a miopia durante o tratamento, podendo reduzir até 8 graus de Miopia e até 1,75 graus de Astigmatismo.

Nos últimos meses foram lançados no Brasil lentes de óculos com desenhos específicos para o controle da Miopia. Ao contrário das lentes de óculos tradicionais, que não interferem na evolução da doença, essas novas lentes seriam capazes de retardar a progressão da miopia. Os estudos ainda são recentes e escassos, mas parecem promissores.

Finalmente, após os 18 anos em certos casos, mas, preferencialmente, após os 21 anos, estando a miopia estabilizada, pode ser avaliada a possibilidade da correção cirúrgica através da cirurgia refrativa a laser, com o intuito de reduzir ou mesmo acabar com a dependência dos óculos e lentes de contato, um grande salto na qualidade de vida destes pacientes.

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